
Filosofia com Crianças e Jovens como estratégia metodológica de Educação para a Cidadania turma - 2025D - 19.DGE
Apresentação
A aproximação entre a Filosofia e Cidadania tem por base uma mudança de paradigma das aprendizagens, mais interventivo e responsável e mais dialógico e facilitador. A Filosofia assume-se, de acordo com as aprendizagens essenciais, como uma contribuição para o desenvolvimento de competências imprescindíveis à construção de uma cidadania ativa, proporcionando aos alunos instrumentos necessários para o exercício pessoal da razão e desenvolvendo o raciocínio e as capacidades da reflexão e da curiosidade científica. A Filosofia com Crianças e Jovens, ancora-se na Crítica, Criatividade e Cidadania, sendo válida para alcançar e operacionalizar tais objetivos, indo ao encontro dos três eixos recomendados pelo Documento do Fórum Educação para a Cidadania (2008): Atitude cívica individual, Relacionamento interpessoal e Relacionamento social e intercultural.
Destinatários
Professores dos Grupos 100 e 110
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos 100 e 110. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos 100 e 110.
Objetivos
Os efeitos/objetivos a promover focam-se nos docentes de forma direta, e nos seus alunos de forma mediata através desta formação, tendo por base o perfil de professor para a área de Cidadania e Desenvolvimento constante na ENEC. É fundamental que o professor se familiarize com toda uma gama de atitudes e estratégias com vista à moderação do diálogo garantindo o seu carácter de inclusão e de respeito mútuo. Aprender a ouvir o outro e valorizar as suas intervenções; o respeito pela diferença; a tolerância perante a diversidade, etc. Que o docente promova intervenção dos alunos com vista à construção autónoma da sua identidade e que identifique e (re)conheça Crítica, Criatividade e Cidadania como valores de aprendizagem.
Conteúdos
Os conteúdos desta ação resultam de uma triangulação entre os documentos emanados pelo Ministérios sobre Cidadania, as aprendizagens essências da disciplina de filosofia no secundário e o programa de Filosofia com Crianças e Jovens (FcCJ) tal como foi concebido originalmente por Lipman. Toda esta literatura tem em comum alguns aspetos que se enunciam: 1. O princípio da atividade na produção de conhecimento de si, dos outros e do mundo/comunidade que nos rodeia em detrimento do tradicional modelo transmissão/assimilação; 2. A necessidade do diálogo no centro das aprendizagens, da interação social, da promoção e exercício das melhores práticas de cidadania na escola e na cidade; 3. A aprendizagem extravasar das paredes de uma sala de aula: a escola abre-se ao mundo; o mundo infiltra-se, (re)pensa-se e constrói-se o [seu sentido] na escola; 4. O lugar central que o Perfil do Aluno à saída do Ensino Secundário ocupa neste novo paradigma e que implica necessariamente um novo perfil do professor; 5. Os potenciais perigos das novas tecnologias quando abordadas acriticamente; 6. O lugar da Crítica, Criatividade e Intervenção ou Cidadania Ativa os pressupostos de Lipman; definição e exploração de cada um destes conceitos; 7. Perante um mundo tão conturbado como aquele em que vivemos, impõe-se um (re)conhecimento dos Direitos Humanos, da liberdade de expressão, da resistência à manipulação ideológica, da não adesão a discursos de ódio e da preservação da dignidade da pessoa humana. 8. Todos estes aspetos acima mencionados não são apenas conteúdos; são valores que nos identificam enquanto cidadãos de uma sociedade plural, de um país democrático. 9. Paradigmas educacionais: diretivos, colaborativos e cooperativos 10. Autonomia, responsabilidade, tolerância princípios inerentes a uma comunidade de investigação. Acrescem a estes conteúdos aqueles inerentes a uma segura correta e autónoma aplicação da metodologia de FcCJ por parte dos formandos, tais como: a) O que é uma comunidade de investigação, semelhanças e diferenças em relação a uma aula tradicional; b) Estratégias de trabalho de texto: leitura partilhada, construção da agenda de discussão, etc.; c) Regras de funcionamento de uma comunidade de investigação; d) As várias etapas em que consiste uma sessão de FcCJ; e) Como se preparar para moderar uma sessão de FcCJ; f) Estratégias para a promoção de questionamento por parte dos alunos e de gestão do diálogo por parte dos docentes; g) A questão da avaliação em FcCJ; h) O perfil do moderador em FcCJ; i) Disciplina e autoridade em FcCJ j) Características dos materiais elegíveis para serem trabalhados em FcCJ k) O que é um pensamento filosófico l) O que é um raciocínio m) Opinião versus fundamentação
Metodologias
Todas as sessões desta formação terão uma característica teórico-prática, colocando-se o diálogo no centro das aprendizagens, tal como se espera que os formandos procedam, de acordo com as aprendizagens realizadas, com os seus alunos posteriormente, obedecendo ao paradigma aprender fazendo. Serão realizadas sessões de FcCJ com materiais específicos, diversificando modelos e estratégias de modo a diversificar a amostragem da metodologia, ilustrando a sua potencialidade. As sessões de FcCJ serão moderadas pela formadora, sendo a sua preparação partilhada a posteriori com os formandos, assim como explicados os diferentes passos processuais tomados e planos alternativos. Em sessões assíncronas (9 horas), os formandos realizarão tarefas com registo na Plataforma Moodle, tendo como ponto de partida bibliografia selecionada,
Avaliação
A avaliação consistirá na recolha dos materiais preparados para a sessão e na descrição dos vários passos metodológicos tomados durante a sua realização e na auto avaliação do seu desempenho: dúvidas, opções tomadas, planos alternativos, etc.. Para concluir, poderá haver uma reflexão crítica sobre prós e/ou contras da adoção desta metodologia em sala de aula no âmbito da área de Cidadania e Desenvolvimento.
Bibliografia
Martins, G. & al. (2018) Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. Lisboa: Ministério da Educação.Matos, J. F. (2005) Educar para a cidadania hoje? In Carvalho, C., Sousa, F. & Pintassilgo, J. (Org.) (2005). A educação para a Cidadania como dimensão transversal do currículo escolar. Porto: Porto EditoraLipman, M. (et Al.) (1980),Philosophy in the Classroom, Philadelphia: Temple University PressFigueiroa-Rego, M.J. (2015) Histórias para Pensar, Lisboa: Edições PiagetFigueiroa-Rego, M.J. (2015) Livro do Professor, Lisboa: Edições Piaget
Formador
António José Martins Pereira Narciso
Cronograma
Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
1 | 16-10-2025 (Quinta-feira) | 20:30 - 22:30 | 2:00 | Presencial |